Friday, June 09, 2006
O corpo não espera.Não.Por nós
ou pelo amor.Este pousar de mãos,
tão reticente e que interroga a sós
a tépida secura acetinada,
a que palpita por adivinhada
em solitários movimentos vãos;
este pousar em que não estamos nós,
mas uma sede,uma memória,tudo
o que sabemos de tocar desnudo
o corpo que não espera;este pousar
que não conhece,nada vê,nem nada
ousa temer no seu temor agudo...

Tem tanta pressa o corpo!E já passou,
quando um de nós ou quando o amor chegou.

Jorge de Sena ( Fidelidade- 1958)
posted by marcela at 6/09/2006 09:38:00 PM |



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